Colônias de gatos domésticos se espalham pelo bairro, ameaçando e colocando em risco a riquíssima avifauna (imagem acima). Proprietários estão criando gatos sem os cuidados que deveriam ter, como a castração, para que não procriem e se proliferem descontroladamente.
A posse responsável, como no caso dos cães, também não está sendo adotada. Há proprietários que possuem mais de uma dezena de gatos, entre fêmeas e machos. Já é comum no Jardins, depararmos com esses animais pelas ruas, áreas verdes e em propriedades cujos proprietários não querem tê-los.
O Jardins é habitat de diversas espécies de aves, inclusive raras, da Mata Atlântica, como saíras, tangarás, beija-flores, gaturamos, pica-paus, arapaçus, sabiás, guaxes, sanhaços, trinca-ferros, tico-ticos, periquitos, jacus, tucanos, bentivis, entre várias outras. A introdução de gatos numa região que é de preservação ambiental, e com um ecossistema muito sensível, deveria ser evitada. Os gatos, não sendo alimentados adequadamente, tornam-se exímios predadores dos pássaros, principalmente de seus ovos e filhotes. As aves já têm como predadores naturais os micos-estrelas, gambás (que comem os ovos), gaviões e algumas espécies de serpentes. Com a introdução dos gatos, a avifauna fica ainda mais ameaçada, já que eles sobem com muita facilidade em árvores e nos locais onde há ninhos.
Moradores que criam gatos alegam que eles servem para livrar suas casas de ratos (na região do Jardins, os ratos existentes são os silvestres, pelo menos ainda). Os ratos silvestres tem como predadores naturais as serpentes, motivo pelo qual, gatos não são necessários para espantar ou se alimentar desses animais.
Luís Lemos