A coleta de lixo feita pela Prefeitura de Nova Lima passará a ser realizada também em outras ruas do bairro, e não somente na Av. Morro do Pires.
A iniciativa de instalação de novos pontos de disposição de lixo para coleta da prefeitura em vários locais do bairro pode ser válida, mas pode ter efeito contrário e danoso ao meio ambiente e à saúde pública, caso não haja a disposição correta e o recolhimento diário.
O depósito e acúmulo de lixo em locais e ambientes de biodiversidade tão rica como da Mata Atlântica, presente na quase totalidade do bairro, pode causar desequilíbrio nos sensíveis ecossistemas e biotas* do entorno, e uma das consequências pode ser o aumento da incidência e proliferação de mosquitos transmissores de doenças como a dengue, chinkunguia, zica, febre amarela, entre outras, principalmente em época de chuvas. Pode haver também a poluição de mananciais e do solo.
A riquíssima fauna silvestre do bairro, que já sofre com cães de moradores que ficam soltos atacando-a, e veículos em altas velocidades atropelando-a, poderá ser atraída pelo lixo, e prejudicada também em suas dietas, com os diversos tipos de restos de alimentos depositados fora das lixeiras. Onde antes não tinha ou se via lixo, com os novos pontos de coleta, a poluição visual também será constante (foto acima). Outra questão a ser observada, importantíssima, é verificar se há mananciais nas proximidades dos locais de disposição. Três dos novos locais estão próximos, um, inclusive, bem próximo.
Locais públicos de disposição de lixo passam a impressão de que tudo, além do lixo doméstico, pode ser colocado, e pessoas sem educação e consciência ambiental aproveitam dessa facilidade para colocar entulhos. Prova disso está nos três pontos de coleta existentes em locais diferentes da Av. Morro do Pires, onde, frequentemente, são depositados entulhos e objetos como fogões, móveis velhos, pneus, restos de obras, entre outros tipos (foto abaixo). O caminhão de lixo da prefeitura que passa somente em alguns dias da semana na avenida para o recolhimento do lixo não recolhe entulhos, e os mesmos ficam depositados nesses locais por longo tempo.
Num primeiro momento, os novos locais de disposição podem até cumprir com seu papel, mas com o tempo poderão virar depósitos de entulhos. Outro agravante, se refere ao fato de estarem em locais ermos, o que pode facilitar e incentivar o depósito de entulhos sem que ninguém veja e identifique o responsável.
Moradores sempre levaram seu lixo de carro até os pontos de coleta da Av. Morro do Pires, geralmente quando saem do bairro, seja para ir trabalhar ou para outra atividade. E para levar o lixo para os novos pontos de coleta não será diferente. Por que não continuar levando e depositando o lixo somente nos pontos de coleta da Av. Morro do Pires?
Outra questão que se deve levar em consideração, diz respeito ao novo trajeto que o caminhão da prefeitura terá de percorrer para o recolhimento do lixo nos novos pontos de coleta. Poderá haver o vazamento do chorume, que normalmente acontece nesses caminhões, e também quando a prensa é acionada para compactação do lixo, fatos esses que geram poluição e cheiros muito desagradáveis. E no novo trajeto há mananciais (nascentes e córregos) que poderão ser impactados, contaminados por esse chorume.
APRESENTANDO SOLUÇÕES
Na nossa opinião, antes de se pensar em novos pontos de coleta espalhados pelo bairro, poderia haver, por parte da Prefeitura, consulta aos moradores/usuários, além de conscientização e educação ambiental junto aos mesmos.
Outra providência deveria ser a manutenção e reestruturação (ampliação e melhoria física) dos pontos de coleta existentes na Av. Morro do Pires, mas, principalmente, que seja feita a coleta diária.
Outra forma muito importante para que a disposição do lixo cause o menor impacto ambiental, seria a adoção, por parte dos moradores, do sistema de compostagem doméstica.
A prefeitura poderia realizar um trabalho de educação ambiental junto aos moradores para que adotem esse sistema. Com a compostagem doméstica, feita em composteiras (caixas), o lixo que teria de ser depositado nos locais de disposição seria somente o lixo seco (embalagens, plásticos, papéis, vidros, enfim, tudo que não é lixo orgânico, também conhecido como lixo molhado.
Na nossa propriedade, por exemplo, fazemos, há décadas, a compostagem (fotos abaixo), e com o auxílio de minhocas, que aceleram o processo. Os benefícios são excelentes, não atrai mosquitos e nem emite cheiros. Temos adubo orgânico (húmus) de primeira qualidade, além do "chorume do bem", excelente fertilizante líquido natural (biofertilizante) originado no processo, que colocamos em algumas espécies frutíferas (clique nas imagens abaixo para ampliá-las).
Com a compostagem, geramos somente lixo seco, mesmo assim, geralmente o levamos para BH, já que no bairro de nossa outra residência há coleta seletiva e reciclagem por parte da prefeitura, o que não acontece no município de Nova Lima.
Se cada morador realizasse a compostagem, o lixo descartado seria somente o seco, e causaria bem menos impactos, não atrairia mosquitos nem animais da fauna silvestre ou da fauna importada (cães e gatos). Também não haveria a necessidade do trânsito de caminhão de lixo no bairro, que seria substituído por caminhão comum que recolheria somente o lixo seco para ser encaminhado para reciclagem.
Sobre descarte de entulhos no bairro, a prefeitura disponibiliza, apenas uma vez por mês, em uma das duas entradas de acesso à região, apenas uma caçamba. Essa disponibilização poderia ser de mais de uma caçamba, e nas duas entradas de acesso ao bairro ao mesmo tempo, e com maior frequência.
Fica aqui a nossa manifestação, a nossa opinião para a preservação dessa riqueza que é a biodiversidade do Jardins. Aguardaremos o decorrer dos meses para ver as consequências e os resultados dos novos pontos de disposição e coleta de lixo, seus possíveis impactos e consequências para essa biodiversidade.
As fotos abaixo foram tiradas nos dias 18 e 19 de fevereiro, e são dos novos pontos para disposição de lixo em que a prefeitura fará a coleta. Na esquina das ruas Jequitibás com Manacás, em menos de 24 horas, entulho (parece ser um vaso plástico) foi depositado. Em caso de acúmulo de água da chuva, pode virar foco de dengue, entre outras doenças.
A iniciativa de instalação de novos pontos de disposição de lixo para coleta da prefeitura em vários locais do bairro pode ser válida, mas pode ter efeito contrário e danoso ao meio ambiente e à saúde pública, caso não haja a disposição correta e o recolhimento diário.
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| Novo ponto de disposição de lixo na esquina das ruas Quaresmeiras e Palmeiras, cujo caminhão de lixo da prefeitura fará a coleta - Foto: Luís Lemos 26/02/2020 |
O depósito e acúmulo de lixo em locais e ambientes de biodiversidade tão rica como da Mata Atlântica, presente na quase totalidade do bairro, pode causar desequilíbrio nos sensíveis ecossistemas e biotas* do entorno, e uma das consequências pode ser o aumento da incidência e proliferação de mosquitos transmissores de doenças como a dengue, chinkunguia, zica, febre amarela, entre outras, principalmente em época de chuvas. Pode haver também a poluição de mananciais e do solo.
A riquíssima fauna silvestre do bairro, que já sofre com cães de moradores que ficam soltos atacando-a, e veículos em altas velocidades atropelando-a, poderá ser atraída pelo lixo, e prejudicada também em suas dietas, com os diversos tipos de restos de alimentos depositados fora das lixeiras. Onde antes não tinha ou se via lixo, com os novos pontos de coleta, a poluição visual também será constante (foto acima). Outra questão a ser observada, importantíssima, é verificar se há mananciais nas proximidades dos locais de disposição. Três dos novos locais estão próximos, um, inclusive, bem próximo.
Locais públicos de disposição de lixo passam a impressão de que tudo, além do lixo doméstico, pode ser colocado, e pessoas sem educação e consciência ambiental aproveitam dessa facilidade para colocar entulhos. Prova disso está nos três pontos de coleta existentes em locais diferentes da Av. Morro do Pires, onde, frequentemente, são depositados entulhos e objetos como fogões, móveis velhos, pneus, restos de obras, entre outros tipos (foto abaixo). O caminhão de lixo da prefeitura que passa somente em alguns dias da semana na avenida para o recolhimento do lixo não recolhe entulhos, e os mesmos ficam depositados nesses locais por longo tempo.
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| Um dos três pontos de disposição de lixo existentes há anos na Av. Morro do Pires |
Num primeiro momento, os novos locais de disposição podem até cumprir com seu papel, mas com o tempo poderão virar depósitos de entulhos. Outro agravante, se refere ao fato de estarem em locais ermos, o que pode facilitar e incentivar o depósito de entulhos sem que ninguém veja e identifique o responsável.
Moradores sempre levaram seu lixo de carro até os pontos de coleta da Av. Morro do Pires, geralmente quando saem do bairro, seja para ir trabalhar ou para outra atividade. E para levar o lixo para os novos pontos de coleta não será diferente. Por que não continuar levando e depositando o lixo somente nos pontos de coleta da Av. Morro do Pires?
Outra questão que se deve levar em consideração, diz respeito ao novo trajeto que o caminhão da prefeitura terá de percorrer para o recolhimento do lixo nos novos pontos de coleta. Poderá haver o vazamento do chorume, que normalmente acontece nesses caminhões, e também quando a prensa é acionada para compactação do lixo, fatos esses que geram poluição e cheiros muito desagradáveis. E no novo trajeto há mananciais (nascentes e córregos) que poderão ser impactados, contaminados por esse chorume.
APRESENTANDO SOLUÇÕES
Na nossa opinião, antes de se pensar em novos pontos de coleta espalhados pelo bairro, poderia haver, por parte da Prefeitura, consulta aos moradores/usuários, além de conscientização e educação ambiental junto aos mesmos.
Outra providência deveria ser a manutenção e reestruturação (ampliação e melhoria física) dos pontos de coleta existentes na Av. Morro do Pires, mas, principalmente, que seja feita a coleta diária.
Outra forma muito importante para que a disposição do lixo cause o menor impacto ambiental, seria a adoção, por parte dos moradores, do sistema de compostagem doméstica.
A prefeitura poderia realizar um trabalho de educação ambiental junto aos moradores para que adotem esse sistema. Com a compostagem doméstica, feita em composteiras (caixas), o lixo que teria de ser depositado nos locais de disposição seria somente o lixo seco (embalagens, plásticos, papéis, vidros, enfim, tudo que não é lixo orgânico, também conhecido como lixo molhado.
Na nossa propriedade, por exemplo, fazemos, há décadas, a compostagem (fotos abaixo), e com o auxílio de minhocas, que aceleram o processo. Os benefícios são excelentes, não atrai mosquitos e nem emite cheiros. Temos adubo orgânico (húmus) de primeira qualidade, além do "chorume do bem", excelente fertilizante líquido natural (biofertilizante) originado no processo, que colocamos em algumas espécies frutíferas (clique nas imagens abaixo para ampliá-las).
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| Composteira doméstica |
Com a compostagem, geramos somente lixo seco, mesmo assim, geralmente o levamos para BH, já que no bairro de nossa outra residência há coleta seletiva e reciclagem por parte da prefeitura, o que não acontece no município de Nova Lima.
Se cada morador realizasse a compostagem, o lixo descartado seria somente o seco, e causaria bem menos impactos, não atrairia mosquitos nem animais da fauna silvestre ou da fauna importada (cães e gatos). Também não haveria a necessidade do trânsito de caminhão de lixo no bairro, que seria substituído por caminhão comum que recolheria somente o lixo seco para ser encaminhado para reciclagem.
Sobre descarte de entulhos no bairro, a prefeitura disponibiliza, apenas uma vez por mês, em uma das duas entradas de acesso à região, apenas uma caçamba. Essa disponibilização poderia ser de mais de uma caçamba, e nas duas entradas de acesso ao bairro ao mesmo tempo, e com maior frequência.
Fica aqui a nossa manifestação, a nossa opinião para a preservação dessa riqueza que é a biodiversidade do Jardins. Aguardaremos o decorrer dos meses para ver as consequências e os resultados dos novos pontos de disposição e coleta de lixo, seus possíveis impactos e consequências para essa biodiversidade.
As fotos abaixo foram tiradas nos dias 18 e 19 de fevereiro, e são dos novos pontos para disposição de lixo em que a prefeitura fará a coleta. Na esquina das ruas Jequitibás com Manacás, em menos de 24 horas, entulho (parece ser um vaso plástico) foi depositado. Em caso de acúmulo de água da chuva, pode virar foco de dengue, entre outras doenças.
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| Esquina das ruas Sagaranas e Manacás |
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| Esquina das ruas Jequitibás e Manacás |
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| Esquina das ruas Ipês Amarelos e Jacarandás. Esse ponto não existe mais, sendo transferido para a rua Jacarandás, bem próximo à uma área verde pública de preservação ambiental e de manancial |
* ecossistemas/biotas: define o conjunto formado por comunidades bióticas que habitam e interagem em determinada região e pelos fatores abióticos que exercem influência sobre essas comunidades. (Segundo Silva J. Wikipédia)
ATUALIZAÇÃO DESSA POSTAGEM (17/06/2020):
Luís Lemos - Movimento PRESERVEJP.
